Cunha, polo paulista da cerâmica artística

Cunha é uma das mais importantes Estâncias Climáticas da região. Com o título reconhecido desde 1948, tornar-se uma das cidades turísticas mais visitadas aqui na região, não foi difícil. Localizada em altitudes que variam de 760 metros nas várzeas do Rio Paraitinga até 1840 metros no cume da Pedra da Macela, dali pode se contemplar até o mar.

Historia

A cidade surgiu do movimento bandeirante que subia a serra em direção ao interior do país em busca do ouro. Tropeiros utilizavam trilhas dos índios que habitavam a região e Cunha se tornou parada para pouso e descanso. Depois do ouro, já no século XIX outra riqueza passou a cruzar os campos de Cunha, o café. A riqueza da época fez calçar e ampliar as antigas trilhas. Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, tropas da marinha fluminense sob o comando de Getúlio Vargas subiram pela mesma trilha através da Serra do Mar para alcançar a capital estadual através do Vale do Paraíba. Os combates na região duraram três meses e fazendas foram saqueadas e bombardeadas. Pessoas inocentes foram mortas e várias edificações como a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição ficaram comprometidas.

Cerâmica

A cerâmica é a atividade que colocou a cidade no mapa turístico do Brasil. Ela existe desde que a região era ocupada pelos índios da etnia dos tamoios e foi continuada pelas paneleiras que produziam peças utilitárias com técnica rudimentar, queimadas em forno de barranco.

Em 1975, chegou, a Cunha, um grupo de artistas que se instalaram no antigo Matadouro Municipal, que estava sem uso na época, o qual foi cedido em regime de comodato pela Prefeitura Municipal de Cunha. O grupo era formado pelo casal japonês Toshiyuki e Mieko Ukeseki, o português Alberto Cidraes e os irmãos oriundos de Minas Gerais, Vicente e Antônio Cordeiro. Esse grupo deu início à construção do primeiro forno noborigama em Cunha, técnica de cerâmica de alta temperatura trazida do Japão. O grupo constrói o forno noborigama, dando início assim ao ateliê do Antigo Matadouro. A primeira abertura de fornada acontece em 1976.

No final da década de 1980, a cerâmica começou a se projetar no cenário nacional com a realização de abertura de fornadas ao público atraindo não somente os ceramistas paulistanos que começam a montar os seus ateliês em Cunha como também os turistas na cidade. fomentando desta forma a realização dos festivais de inverno.

Abertura dos fornos noborigamas

Forno noborigama

O forno Noborigama, forno ascendente em japonês, foi o mais eficiente para alta temperatura na era pré-industrial. Uma sucessão de câmaras interligadas em patamares, garante um controle localizado da temperatura e uma economia de combustível, pelo aproveitamento do calor usado na câmara anterior. Permite a queima simultânea de grande quantidade de peças com variações que a naturalidade do fogo de lenha imprime.

Atualmente Cunha é um dos mais importantes centros de cerâmica artística da América Latina, com mais de 20 ateliês agrupados na Cunhacerâmica, associação dos ceramistas de Cunha.

Peças do Ateliê Suenaga e Jardineiro

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