Novo olhar do turismo

Pesqueiro Noe 25

Ao ser questionada sobre como eu enxergava o Turismo, após reflexão, experiências carregadas desde 2013 e a leitura de algumas fontes, devo afirmar que os conceitos apresentados por acadêmicos e especialistas do assunto, me eram sim, bem familiares.

Antes de raciocinar de forma crítica sobre tudo isso, bastou refletir sobre minha própria posição de turista desde as primeiras viagens de infância até os dias atuais.  Refletir sobre os desejos que meus pais queriam atender à sua época e que refletiram em minha infância.  Refletir também sobre meus próprios desejos e expectativas que passei a criar mais tarde como adolescente e na vida adulta.  Lembrar das influências que sofri advindas de outras pessoas de meu convívio, também me proporcionaram experiências que talvez eu não tivesse experimentado se estivesse sozinha e, portanto, me auxiliaram a entender muitos fatores que decidiram minhas escolhas.

Ter a consciência de que nós, como seres sociáveis, sofremos a mesma maturação da evolução dos ambientes dos quais estamos inseridos, sem dúvida nos permite o bom entendimento quando todos os conceitos apresentados nas leituras se apresentam ordenados e devidamente inseridos em seu contexto de tempo e espaço.

“Enxergar” o turismo também é ser capaz de observar à partir de diversas perspectivas.  É se colocar no lugar do turista, do prestador de serviço, do gestor público, do empresário e da comunidade onde o turismo acontece.

Estudar é mais uma destas perspectivas.  Só assim podemos começar a considerar nosso raciocínio crítico e muitas vezes perceber que até mesmo algumas literaturas se tornaram apenas um registro de uma época, que novos conceitos tem sido revistos e construídos à partir de uma nova sociedade mais dinâmica e complexa, da qual eu estou inserida.

Complexa porque turismo não é mais apenas um direito ao lazer e bem-estar.  Não é mais uma viagem de um ponto a outro em busca de novas culturas e conhecimentos.  Lazer e bem-estar não sao mais o suficiente para o novo turista porque, mais do que nunca, ele quer praticá-lo e levar de volta pra casa um hábito.  Cultura e conhecimento na mala, como uma peça de roupa nova, é mais um livro na prateleira sem leitura.  O novo turista não se satisfaz mais somente com o conhecimento, mas sim, deve se sentir mais conhecedor e capaz de transmitir a cultura da qual experimentou ele próprio, lá nos novos destinos. Ou seja, precisamos produzir novos "suvenires" para um novo viajante.

Portanto, hoje eu faço, eu sou, eu vivo e estou inserida num sistema de turismo que envolve grande parte da sociedade!

E você, se enxerga dentro desse universo?

 

Por Regina Midori Fukashiro - Coordenadora de Projetos da Fundação Fórmula Cultural e de Coordenação de Conteúdo da Trip Rural.

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